Um homem de 55 anos que estava internado no Hospital Municipal de Santarém, no oeste do Pará, morreu na manhã desta terça-feira (7) com suspeita da Síndrome de Haff, conhecida como "doença da urina preta".
O paciente, que trabalhava como mototaxista e foi identificado como Genivaldo Cardoso de Azevedo, deu entrada na unidade hospitalar com sintomas característicos da Síndrome Haff. Este é o primeiro caso suspeito na região.
Segundo amigos de Genivaldo, ele teria comido peixe no fim de semana e horas depois começou a sentir os sintomas. No laudo médico foi atestada a morte como "infecção generalizada".
O quadro clínico do paciente foi considerado delicado. Ele foi levado pata o setor de estabilização, mas não resistiu e morreu.
Conforme o Hospital Municipal de Santarém, por se tratar de um caso suspeito da Síndrome de Haff, os órgãos de Vigilância em Saúde foram acionados para seguir os protocolos técnicos.
Investigação epidemiológica
A Vigilância Epidemiológica de Santarém confirmou que vai iniciar o protocolos de investigação e mapeamento na quarta-feira (8), com monitoramento e notificação dos familiares de Genivaldo. Esse trabalho vai ser orientado com base em nota técnica da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).
"Vamos investigar também os familiares. Se alguém apresentar os sintomas vamos orientar para que tenha um acompanhamento médico, porque são vários sintomas", explicou a coordenadora do Vigilância Epidemiológica de Santarém, Andressa Campos.
Exames realizados tanto na UPA quanto no HMS serão encaminhados à Vigilância para serem analisados por equipe técnica.
Ainda segundo Andressa, outro caso suspeito já foi notificado pela Vigilância. O paciente deu entrada na UPA-24h após ingerir pescado. Ele recebeu atendimento médico e passou a ser monitorado, mas a suspeita da doença não foi confirmada.
A doença é causada pela ingestão de pescado contaminado por uma toxina capaz de causar necrose muscular, ou seja, a degradação dos músculos. Outros sintomas da doença são decorrentes desse quadro. A síndrome está associada ao consumo de peixes como arabaiana, conhecido como olho de boi, e badejo (veja vídeo acima).
A forma como o animal é contaminado pela toxina que provoca a doença, no entanto, não é consenso entre especialistas. Alguns infectologistas dizem que a toxina é gerada pelo mau acondicionamento do pescado, mas outros afirmam que a toxina vem de algas consumidas pelo animal.
Fonte G1 Santarém
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