JACAREACANGA - Eis o cenário que envolve uma cidade praticamente sitiada devido a luta que mostra-se inglória de uma parte da população indígena Munduruku, ora denominados garimpeiros, cujos, por problemas justificados de ordem econômica tangenciam-se de uma busca por alternativa econômica sem pensar no futuro da vida dos parentes nos aldeamentos. O fator econômico é comprovado, devido a extrema pobreza em que vive a população indígena e como complicador o Organismo Indigenista Federal, a Funai inerte diante desse desastre social que agrava-se sem poder de reação devido as limitações orçamentarias por qual passa, e o sucateamento de suas estruturas.
A Funai hoje na região deve seguir o exemplo de outras coordenações do Brasil afora, não se presta nem para encaminhar seus funcionários indigenistas para tentar coibir excessos praticados por indígenas na luta em defesa da garimpagem, por falta de viaturas e insumos para o deslocamento. Quem assume esse ônus é um povo reprimido e refém de uma situação caótica que é hoje viver na cidade de Jacareacanga.
Como, a finalidade do Blog Rastilho de Pólvora é propagar a noticia, sem ter finalidade econômica ou lucrativa muitas vezes somos acercados pelo desânimo em constatar que nossa voz é sufocada pelo descaso e que nada se leva a lugar algum, porém renova-se o animo em verificar que através das redes sociais somos provocados à ajudar, veiculando informações. Parte daí, por essa provocação, uma vez mais somar esforço com aqueles que se sentem oprimidos, reprimidos, e reféns de situações ilegais, para através da comunicação expressa as autoridades tomarem conhecimento e se mexerem. Abaixo vamos justificar cada tópico supramencionado:
- PROTESTOS - Com a fiscalização, contenção, prisão de envolvidos em atividades ilegais de exploração de madeira e de ouro na região Amazônica e neste prisma a contenção e fiscalização chegaram em Terras Indígenas, e em consequência devido inúmeras denuncias da atividade ilegal feita por próprios indígenas, as operações também chegaram às Terras Indígenas Sai Cinza e Munduruku, obrigando os garimpeiros indígenas, com nítido reforço de não indígenas oriundos dos garimpos de Rondônia, região do próprio Tapajós e até da conturbada Venezuela a se organizarem em protestos com a propagação do slogan GARIMPEIRIO NÃO É BANDIDO, muitos protestos de forma pacífica até então percorrerem vias publicas da sede do município de Jacareacanga avançando fronteiras para as bandas de Itaituba e até na Capital Federal, onde indígenas, pasmem!, foram deslocados até em aeronaves que servia de apoio a operação.
- INTIMIDAÇÃO - A onda repressora legal com seu aparato bélico fez incursões em território indígena destruindo maquinários de uma parte das atividades, culminando em se criar uma atmosfera de intimidações entre parentes que apoiavam a garimpagem e outra camada que manifestavam-se contra, e que denunciaram ao MPF e outras instancias de proteção à causa indígena. Até hoje, precursores dessas denuncias, por medida de segurança estão fora da região.
- DEPREDAÇÃO - Na sucessão continua dos dias, vendo que a solução consistia em protestar contra as operações, ocorreu maciço protesto que culminou com a depredação física da sede de uma associação de mulheres indígenas, que alegam os pro-garimpagem que fora criada por Ong's com a destruição de acervo documental e da memoria indígena munduruku como artesanatos e até mobiliários
- DIVISÃO - Todo esse alvoroço criou meios que favoreceram a desunião dos parentes que hoje podem até travar vias de fatos ou algo mais grave no seio tribal. É fato que em algumas aldeias que estão recebendo mimos e apoios em víveres e motores de popa, voadeiras dos garimpeiros brancos ou pariwa't a recepção para essas garimpeiros não indígenas é a melhor possível, e que podem transitar com bebidas e armas aparentes sem problema algum. Imagens de vídeos e fotografias que comprovam essa situação estão na orbe através da internet
- COAÇÃO - É fato que a lei do inverso prevalece nas vias públicas de Jacareacanga onde o porte de arma é proibido para o branco, porém o indígena portar um arco munido de varias flechas isso é normal e usual e a letalidade de uma flechada ou um tiro redunda sempre em mortes... por isso a presença de um indígena ainda muitas vezes na pré-adolescência armado, causa intimidação e a coação irresistível ganha característica ao se constatar que eles em grupo entram nos comércios e pedem alimentos, aguas, refrigerantes aos comerciantes para se alimentarem durante os dias em protestos na cidade. Não há registros de qualquer que seja o comerciante que de imediato não tenha atendido os pedidos.
- BARREIRA - Não é exagero algum falar que Jacareacanga está sitiada, pois foi criada barreira na entrada da cidade, local denominado Trevo que é a junção de saída e entrada para Itaituba e Apuí no Amazonas, e que a ordem inicial era não entrar e não sair ninguém. Interessante é que Jacareacanga nada produz, e se a barreira continuar combustíveis e gêneros de alimentação logo ficariam em falta.
- PEDÁGIO - Para culminar com a agressividade da ação de protestos contra o povo morador da cidade, foi instituído a cobrança de pedágio, em que carro só passava se pagar R$ 50,00 e motocicletas R$ 30,00. Muitos moradores que tem suas roças de subsistências próximas e que se dirigem em velhas e carcomidas motocicletas estão deixando de ir para suas roças por não terem recursos para assumir a obrigação de pagarem pedágio.
- COMILANÇA - Com a grande concentração de indígenas na barreira que visa inicialmente fechar a entrada para as forças legais não entrarem em Jacareacanga a confecção de alimentos é feita ali mesmo, e flagrante mostra até, vários policiais rodoviários federais em politica de bom vizinho, obrigados a pararem na barreira e se banqueterem com os oburés.
- ALCOOL - Para sepultar de vez a luta inglória dos pro-garimpeiros muitos indígenas estão fazendo uso de bebidas alcoólicas na barreira, o que leva a uma preocupação maior ainda para o povo humilde e pacifico da sede do município de Jacareacanga, vez que o álcool encoraja, dá animo, e entusiasma um jovem a se constituir em um admirável guerreiro.
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Sem duvida alguma a luta pela pró-garimpagem em Terras Indígenas dos Munduruku está fadada ao fracasso, pela depredação do imovel destinado ao funcionamento da Associação das Mulheres Indígenas, também pela inserção de cobranças de pedágios e o uso de bebidas alcoólicas em uma causa que parecia justa.
Fonte: Blog Rastilho de Pólvora
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