OPERAÇÃO DE GUERRA TRUCULENTA DO IBAMA EM URUARÁ, DÁ PRAZO DE 7 DIAS AOS AGRICUTORES PRA SAÍREM DE SUA TERRAS - TABLOIDE PINGA FOGO

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

OPERAÇÃO DE GUERRA TRUCULENTA DO IBAMA EM URUARÁ, DÁ PRAZO DE 7 DIAS AOS AGRICUTORES PRA SAÍREM DE SUA TERRAS

 

Utilizando 2 helicópteros e apoio da Força Nacional Ibama realiza operação no município de Uruará com truculência
Em plena pandemia do novo Coronavírus, quando está sendo recomendado para as pessoas ficarem em casa, mais de 300 famílias são coagidas, sob forte ameaça, a abandonar seus lares na zona rural de Uruará, sudoeste do Pará, durante operação do IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais - com apoio da Força Nacional, usando armas de fogo de grosso calibre para enfrentar os colonos desarmados como se fossem bandidos de alta periculosidade.
Segundo relatos de agricultores que residem nos travessões km 155 sul, 160 sul e 165 sul, desde a última semana agentes do IBAMA estão realizando operação na região, cuja propriedades rurais estariam dentro da Reserva Indígena Cachoeira Seca. Segundo os agricultores, os agentes armados intimidam os moradores, destroem patrimônio e ameaçam. Os agricultores teriam recebido um prazo de 7 dias para saírem da área ou terão casas e propriedades incendiadas.
A operação acontece sem prévia comunicação e sem o governo divulgar informações sobre a retirada dos agricultores da região, tampouco destinou outra área para que as famílias fossem reassentadas. Deste modo pode ser questionada a legalidade da operação que está em curso.
A nossa reportagem entrou em contato com o órgão federal, mas até agora não obteve resposta.
Alguns agricultores relatam sobre a atuação do IBAMA no local.
"Eles estiveram na minha casa onde tem 3 crianças pequenas, botaram todos nós com a mão na cabeça com armas apontadas para a gente e conferindo se as crianças estavam armadas. Mas o agricultor que trabalha não tem arma dentro de casa. Entraram na minha casa e fizeram um terror. E eles deram 5 dias para nós sairmos da nossa casa. Eles tem só nos repreendido. Ninguém fala em resolver o problema. a situação aqui é essa, eles tem queimado trator, eles tem queimado casa,  eles tem aterrorizado as famílias. Estamos aqui com os pés e as mãos atados", relata um agricultor.
"Antes de ser homologada como terra indígena aqui já havia moradores não índios e a Funai não levou isso em consideração. Nós estamos aterrorizados por morarmos aqui. Helicópteros sobrevoam as nossas propriedades e baixam em propriedades daqui dando 7 dias para retirarem tudo porque quando eles voltarem vão incendiar tudo. Como as pessoas irão criar suas famílias? Disseram que quem tem gado vai ter que retirar da propriedade e só vai poder ficar morando na casa. Dá onde vamos tirar o nosso sustento, se só vamos ficar morando na casa até sermos indianizados? Precosamos de uma solução, queremos permanecer nas nossas terras", diz outra agricultora.
O professor e antropólogo Edward Luz questiona a operação. "Parece inacreditável que agentes do IBAMA, justamente na semana do pico da pandemia, que o IBAMA tenha iniciado o que pode ser chamado de processo de desintrusão ou seja, a retirada de colonos assentados pelo INCRA na década de oitenta, proprietários, moradores que vieram a comprar casas, terrenos e propriedades em região que só agora na segunda década do século XXI veio a ser atingida por uma ampliação ilegal da terra indígena Cachoeira Seca, área esta terra que agora está em processo de reanálise pela Prefeitura de Uruará para melhor equacionamento dos potenciais conflitos fundiários que podem eclodir por conta de uma retirada forçada da região".
O professor elenca os questionamentos que se faz em torno da demarcação da área como indígena. "No caso da Terra Indígena Arara da Cachoeira Seca questiona-se o processo ilegítimo, irregular e unilateral da ampliação da área da reserva. Não questionamos a tradicionalidade da ocupação indígena, mas a forma unilateral e autoritária da FUNAI e não sustentada por critérios técnicos e científicos com que a área original foi ampliada em pelo menos três ocasiões até chegar a um montante de mais de 733 mil hectares atingindo centenas de famílias e milhares de produtores, proprietários e assentados nesta região. Além da extensão da área, questiona-se também a forma como se procedeu a sua homologação atabalhoada, feita durante processo de acordos obscuros entre as autoridades municipais, estaduais e o Governo do PT como negociação de compensação ambiental pela Hidrelétrica Belo Monte. Questiona-se ainda os fortes indícios de financiamento e ação das ONGs internacionais que utilizaram esta terra para implementar uma agenda ecosocialista encoberta por uma fachada de justificativas embaçadas, que se escondem por valores insondáveis e etéreas de preservação de práticas culturais”.
Para finalizar Edward Luz comenta a surpresa da atitude tomada por parte do órgão ambiental. "Para o espanto de todos antes mesmo que as investigações avancem, já vem o IBAMA trazendo a sentença final e amparados pela mais pesada e desumana legislação ambiental do planeta, e sob a mira da opinião pública internacional coloca agora em prática sua sanha terrorista, por meio da qual, servidores do órgão e ameaçam proprietários e colonos assentados pelo INCRA em três municípios do oeste do Pará: Uruara, Placas e Altamira. Eu mesmo não acreditei e fomos todos tomados por uma sensação de incredulidade quando começamos a receber vídeos, fotos e textos informando do início da ação do IBAMA. Foram os áudios desesperados de moradores cheios de angustia e temor que nos fizeram acreditar que o órgão ambiental iniciou mais uma das suas campanha de despejo de destruição de casas e propriedades. É angustiante", finalizou.
 
Fonte: blog Gazeta de Uruará

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