Em represália a operação intitulada "Mundurukânia" deflagrada desde a última segunda-feira, 24, pela Força Nacional, Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um grupo de garimpos ateou fogo na aldeia Fazenda Tapajós e destruiu a casa da liderança indígena, Maria Leusa Munduruku.
Maria Leusa é coordenadora da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborūm
Os ataques de tiros e fogo nas casas da aldeia da líder munduruku Maria Leusa, aconteceram nesta quarta-feira, 26.
Reconhecidamente contrária ao crime de garimpo em Terras Indígenas (TIs), Maria é coordenadora da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborūm.
Em mensagens por áudio, em grupos de whatsapp, por volta de 13h, de hoje, Maria pediu ajuda aos órgãos federais e aos guerreiros Munduruku.
"Venham, por favor, está uma confusão, vão queimar minha casa. Adonias, está dando tiro no cais, em todo lugar. Eles estão dando tiro, por favor, me ajude”, declarou Maria.
Em poucos minutos, a comunicação de internet foi interrompida.
Policiais federais que estão na região informaram que o grupo de garimpeiros tinha aproximadamente cem integrantes. Munidos de paus e pedras, tentaram invadir a base da Polícia Federal montada na região e incendiar viaturas.
A casa de Maria Leusa foi totalmente destruída durante o ataque dos garimpeiros
Os policiais reagiram com bombas de efeito moral e tiros de borracha. Ninguém foi preso. A Polícia Federal informou que fez um sobrevoo na área e identificou os pontos de garimpo ilegal.
Os garimpeiros agora se dirigem à Aldeia Santa Cruz, da Liderança Munduruku, Ademir Kabá, que também é uma potente voz contra a atuação dos garimpos ilegais e barragens em Terra Indígena. A situação no local é gravíssima, com confronto entre a PF, garimpeiros e os povos Munduruku.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: Portal Santarém
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