quinta-feira, 10 de junho de 2021

POLÍCIA PRENDE TRIO ACUSADO DE DESVIAR MAIS DE R$ 1 MILHÃO DE COMPANHIA ELÉTRICA NO PARÁ


A Diretoria Estadual de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil prendeu três pessoas acusadas de aplicar um golpe milionário a uma empresa que faz distribuição de energia elétrica no Pará e no Maranhão. O trio deverá responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento, estelionato e invasão de dispositivo informático com o objetivo de obter prejuízo econômico. Segundo a Polícia o valor desviado chega ao montate de R$ 1.200.000,00.

A primeira fase da ação foi deflagrada no litoral paulista, em São Paulo, para onde os agentes se deslocaram para efetuar buscas nas cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande e Guarujá. O primeiro alvo da operação foi localizado em uma escola, na cidade de Santos. No momento da prisão, o acusado estava dando aula em uma escola particular. Um mandado de busca e apreensão também foi cumprido na casa do acusado, que é apontado como responsável pela invasão no sistema da Companhia.

No local, foram encontrados documentos, dispositivos de armazenamento, celulares, chips e um notebook, que estava com a câmera coberta com um adesivo, o que chamou a atenção dos policiais. Todo o material apreendido será levado para Belém, onde será periciado.

Na cidade do Guarujá, duas irmãs foram presas quando saiam de um prédio, na área nobre da cidade. Uma delas, tem vasto histórico de golpes no setor imobiliário da região, além de passagem pela polícia pelo crime de estelionato. As duas são apontadas como as autoras intelectuais do esquema. As investigações mostram também que antes da invasão no sistema, as irmãs alteraram a razão social de uma empresa a qual eram donas. Além disso, outras firmas foram criadas para dar veracidade ao golpe.

Esquema

Os nomes das sociedades são semelhantes ao utilizado pela companhia de energia. Isso facilitou a abertura de um cadastro em uma terceira companhia, que foi utilizada como laranja na emissão dos boletos falsos. Além disso, as entidades estavam cadastradas em sedes fantasmas. Mesmo agindo nos mínimos detalhes, os policiais civis conseguiram desmontar o esquema, identificar e prender os autores do crime. 

Todos os acusados foram levados para o Palácio da Polícia Civil de Santos. Após oitivas, foram encaminhados para o sistema penitenciário paulista, onde permanecem presos à disposição da justiça.

Investigações

As investigações apontaram que, no primeiro semestre de 2020, hackers invadiram a recém lançada plataforma digital da companhia elétrica e tiveram acesso aos dados cadastrais dos usuários. Os criminosos alteravam o e-mail cadastrado para o recebimento da fatura mensal, colocando um endereço eletrônico falso, criado pelo grupo criminoso. Assim, quando a fatura verdadeira era encaminhada ao e-mail, os acusados mudavam o código de barra, e reenviavam a fatura, desta vez para o e-mail verdadeiro do cliente. 

Sem saber do esquema, consumidores efetuavam o pagamento, que tinha como destino a conta de pessoas utilizadas como "laranjas", e acabavam tendo o fornecimento de energia interrompido tempos depois, já que não havia conta paga de forma efetiva.

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