O idoso identificado como Helcio prestou queixa sobre o incidente na Delegacia da Polícia Civil da cidade. A família dele divulgou uma nota explicando o ocorrido. "No momento da aplicação chama atenção o calibre da agulha, a pressão que precisa ser exercida para penetração da pele e a dor excessiva na introdução da agulha, o que não é comum, pois, quando a agulha é utilizada por uma única vez, o seu bisel (parte cortante) se mantêm afiado, perfurando a pele e subcutâneo, até o músculo, com facilidade, mínimo de resistência e redução da dor gerada. Mesmo a olhos de leigo, era perceptível que a cânula (haste da agulha) era mais calibrosa e inapropriada e que, por estar sem “fio”, gerou resistência e grande depressão na pele para, então, ser introduzida. Por isso, a profissional de saúde que o fazia foi questionada quanto ao método de aplicação e o porquê da dor e pressão incomuns", diz a nota.
Ao ser perguntada, a enfermeira abre novamente o isopor onde estão as demais vacinas e justifica que a orientação recebida era de “furar por até 10 vezes com a mesma agulha” os frascos do imunizante sem que possa trocá-las entre as aplicações. O vídeo mostra ainda a falta de higiene no manuseio e na aplicação pela profissional, que sequer está de luva de procedimento, manipula vacina com acessórios que podem gerar contaminação.
É possível perceber que a enfermeira demonstra a tal orientação, introduzindo no frasco de vacina a mesma agulha que segundos antes havia sido utilizada para aplicação da dose do paciente. O frasco que ela usa para a demonstração estava dentro do isopor com as demais vacinas a serem usadas nos próximos pacientes. "O vídeo foi postado em um grupo de família com intuito acima informado, quando o médico e filho do paciente em questão, chamou atenção para os procedimentos totalmente fora de padrões e protocolos institucionais para vacinação. Neste momento a preocupação maior estava nas poucas horas até a correta ministração de medicações que evitassem o contágio de doenças como HIV e outras doenças infectocontagiosas", continua o esclarecimento da família do vacinado.
Após assistir ao vídeo, o filho de Helcio, que é médico, informou sobre o protocolo de infecção por acidentes com materiais perfurocortante, utilizado quando manejo deste material é utilizado de forma errônea ou após acidente, e orientou o pai a ir até uma unidade básica de saúde (UBS) e informar sobre oocorrido aos agentes de saúde para que fossem realizadas as devidas condutas, como: teste rápido para HIV, sorologia de hepatites virais, profilaxia para sífilis e profilaxia pós, exposição (PEP) de HIV, este último de duração de 28 dias. Além disso, precisará, ao longo dos próximos meses, de controle clinico/laboratorial para hepatite, HIV e demais doenças.
A família denunciou ainda que ao procurar os profissionais e unidades de saúde para pedir auxílio, a Secretaria de Saúde de Altamira não colocou em prática de maneira correta, nem se preocupou com a saúde e bem-estar do paciente, somente pediu discrição e silêncio, para que o caso não repercutisse. "A enfermeira, responsável pela campanha de vacinação, entrou em contato com a família e afirmou que, apesar do manejo e administração inadequadas e erradas, não era necessário entrar com protocolo por acidente com materiais biológicos, alegando que a porcentagem de infecção era muito baixa. O filho, e médico, do paciente se recusou a seguir tal orientação e informou que seriam tomadas medidas cabíveis, solicitando que o protocolo fosse seguido em benefício do paciente. A única preocupação até o presente momento, pela Secretaria de Saúde e da Prefeitura Municipal de Altamira, foi com a imagem da secretaria de saúde e da profissional que aplicou a vacina nas condições vistas no vídeo", denunciaram.
Segundo a nota, somente através de contato com a diretora da upa que o paciente teve assistência nos exames que se faziam necessário e no tratamento profilático.
Posicionamento da Prefeitura de Altamira
A Secretaria Municipal de Saúde informou que todos os materiais utilizados nas aplicações das doses de vacina são descartados após o uso. Segundo o órgão, tanto as seringas como as agulhas descartáveis são utilizadas uma única vez, e assim tem ocorrido com todas as pessoas imunizadas.
"Em relação ao vídeo que circula em grupos de WhatsApp, o que houve foi uma falha de comunicação, e não de procedimentos", disse. De acordo com o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde, e conforme a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM) é proibido deixar o frasco da vacina agulhado, para facilitar a aspiração no frasco de vacina.
A secretaria explicou que a orientação é que a cada aspiração com as seringas descartáveis, o profissional perfure a borracha em locais diferentes evitando a parte central da tampa, e é assim que a Coordenação de imunização orienta os profissionais que estão aplicando as doses de vacina.
"Ocorreu que, quando a técnica de enfermagem foi questionada, ela se sentiu acuada com os questionamentos feitos e acabou, de forma equivocada, passando uma informação que não procede e que coloca em questão o compromisso e a ética com que todos os profissionais de saúde estão atuando na linha de frente da covid-19", informam.
"O enfermeiro que estava presente no local esclarece ainda que o paciente do vídeo fez o uso da última dose do frasco que tinha no isopor. E ao final do expediente todos os frascos utilizados são devolvidos para o setor de imunização para serem conferidos e ser feito o descarte correto", finaliza.
Fonte:Blog Pinga Fogo Tabloide via Roma News
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