sexta-feira, 12 de julho de 2019

Morte do comerciante Júlio Melli teria sido arquitetado por Cláudio Pereira Silva


Um homem identificado como Cláudio Pereira teria informado aos assaltantes que Júlio Melli teria R$ 6 mil em caixa.
Paulo, Douglas, Lucas er Cláudio presos pelo assalto que resultou na morte do comerciante Júlio Melli — Foto: Débora Rodrigues/TV Tapajós 
 
O assalto que resultou na morte do comerciante Júlio Melli, no final da tarde de quinta-feira (11), no bairro Maracanã, em Santarém, oeste do Pará, teria sido encomendado por Cláudio Pereira Silva, 41 anos, segundo os depoimentos prestados por Paulo Machado e Douglas Conceição Chaves, 20 anos, executores do crime. 
 
Segundo o delegado plantonista Jaime Paixão, Cláudio que já havia trabalhado para a vítima entregando caixarias, tinha a informação de que Júlio Melli teria em caixa, na quinta, R$ 6 mil. Ele teria então acionado Paulo Machado e Douglas Conceição Chaves para a execução do assalto, enquanto ele e Lucas Coelho Carvalho, 19 anos, ficariam no apoio logístico. 

 
No momento do assalto, Júlio Melli teria esboçado reação, mas não estava armado. O comerciante teria travado luta corporal com Paulo, e nesse momento três tiros atingiram a vítima. 
Na correria para pegar a moto e fugir do local do crime, Douglas colocou o revólver calibre 38, na cintura. Mas segundo ele, o tiro que o atingiu de raspão foi disparado de dentro de um carro, no momento da fuga. 
 
A Polícia Militar foi acionada e conseguiu pegar Paulo e Douglas no local conhecido como "Toca da Raposa", na grande área do Santarenzinho.
Esquema

 
Na 16ª Seccional de Polícia Civil, Paulo e Douglas entregaram todo o esquema do assalto, informando os nomes de Lucas como apoiador e Cláudio, como mandante.
Sobre o assalto à frutaria, Douglas disse que o crime foi planejado quase na hora com as informações repassadas por Cláudio. Segundo ele, no caixa não havia os R$ 6 mil, o comerciante reagiu e por isso Paulo atirou.
Cláudio, por sua vez, nega ter passado informações à dupla Paulo e Douglas. "Nunca que eu ia fazer isso. Eu contratei o Paulo para trabalhar comigo carregando o caminhão, e ele sabia como era a movimentação. Eu nunca me envolvi em nenhum crime", declarou.
Paulo Machado, por sua vez, afirma que Cláudio encomendou o assalto e explicou como tudo deveria ser feito. "Ele explicou que o senhor tinha dinheiro lá, dentro de uma caixa. Eu nunca trabalhei pra ele, quem trabalhava pra ele era o Piauí. Ele mostrou a foto da casa, do pessoal lá, e explicou como era pra ser. Era só pra a gente ir lá e pegar os seis mil pra ele. Quando eu cheguei lá, o senhor desconfiou, foi logo me aguentando, me deu um mata-leão, a gente travou luta corporal, a arma caiu no chão, ele tentou me acertar, eu segurei na mão dele e aí aconteceram os disparos", contou.
 
Lucas e Cláudio foram presos ainda na noite de quinta-feira, grande área do Maicá.
De acordo com o delegado Tiago Mendes, da Especializada de Homicídios, Douglas já vinha sendo monitorado pela polícia e contra ele já havia pedido de prisão preventiva pelo assassinato de Erick Leandro Azevedo de Menezes, no bairro Urumari, no final do mês de junho.
Douglas confessou ter matado Erick Leandro com quatro tiros. Ele disse que o crime foi motivado porque Erick tinha ficado com o dinheiro de um assalto que eles fizeram no bairro Nova República, cerca de R$ 3 mil.
 
O delegado plantonista Jaime Paixão disse que os assaltantes e seus comparsas serão indiciados por latrocínio e associação criminosa. Ainda segundo Paixão, os assaltos e roubos praticados por Douglas em associação com outras pessoas têm como objetivo o financiamento do tráfico de drogas.

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